sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Impormol e os Submarinos

A empresa do sector automóvel que terá firmado o contrato de contrapartidas mais avultado, no âmbito do negócio dos submarinos, fazia parte da holding alemã Thyssenkrupp, um dos três membros do consórcio alemão (GSC) que vendeu os submarinos e, paralelamente, comprometeu-se com um contrato de contrapartidas para a indústria portuguesa de 1200 milhões de euros.

Segundo apurou o JN, a empresa em causa, Thyssenkrup Impormol S.A., fez um contrato de 55 milhões de euros (German Submarine Consortium). A sociedade anónima, com sede na Azambuja, facturaria aquele valor na venda de "molas para camiões" para o estrangeiro.

Em Maio de 2005, 13 meses após a celebração do contrato de contrapartidas entre o GSC e o Estado português, a empresa do Grupo Espírito Santo (Escom) que representa o consórcio alemão em Portugal dava como cumpridos 31% (17,2 milhões de euros) dos 55 milhões referidos, em pré-contrapartidas.

O JN não logrou apurar a percentagem cumprida, sendo certo que, em 2005, a Thyssenkrup Impormol S.A. foi comprada pela Styria Federn GmbH, uma sociedade da holding austríaca Frauenthal Holding AG. Entretanto, a empresa da Azambuja passou a chamar-se Styria Impormol SA.

O JN tentou, sem êxito, obter esclarecimentos da Comissão Permanente de Contrapartidas, por estar em causa uma beneficiária de contrapartidas que pertencia a uma holding que integrava o consórcio ao qual competia garanti-las. O GSC, quando se apresentou no concurso dos submarinos, era composto pela Thyssen Nordseewerke (Thyssenkrupp), HDW e Man Ferrostaal.

O automóvel é um dos três sectores - a par do sector naval e das novas tecnologias & indústria de defesa - em que se concentram as contrapartidas. E, naquele sector, destaca-se o contrato de molas para camiões assinado pela Thyssenkrup Impormol S.A.. O segundo contrato mais valioso foi feito com a Caetano (45 milhões de euros) e o terceiro com a Sunviauto (38).

A Sunviauto aparece, nas contrapartidas, integrada no agrupamento de empresas ACECIA, a que pertencem sete dos dez arguidos acusados, pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, de crimes de burla qualificada e falsificação de documento. Os restantes membros do ACECIA são a Amorim, Comportest, Ipetex, Inapal, Simoldes.

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