Ainda no rescaldo do 25 de Abril, alguns presos da Cadeia Vale de Judeus em Alcoentre decidiram tentar a fuga para a liberdade. Corria o ano de 1978, e estávamos a 17 de Julho.
Foi de madrugada que 124 presos conseguiram evadir-se da Cadeia de Alcoentre, que já altura era considerada a mais segura do País.
Todavia o sistema de segurança não estava ligado porque se tornava muito oneroso e os presos fugiram facilmente por um túnel com 50 metros de comprimento e 80cm de diâmetro que escavaram com o maior secretismo durante meses.
Durante esse tempo desapareceram 200 facas de cozinha, pás, picaretas e uma grande quantidade de fio eléctrico.
Depois de algumas investigações o Ministro da Justiça disse não ter dúvidas. Era muito claro que tinha havido negligência e possivelmente conivência dos guardas prisionais na fuga.
As operações estenderam-se durante alguns dias e muitos foram recapturados.
Luís de Sousa actual vice-presidente da Câmara de Azambuja ainda se lembra dessa altura, à semelhança muitos dos habitantes mais antigos da localidade.
Luís de Sousa era na altura funcionário do estabelecimento prisional de Alcoentre, mas não da Cadeia de Vale Judeus. Ainda assim conta que na altura falou-se muito de um preso que depois de chegar à liberdade “voltou para dentro, porque nem sabia o que estava ali a fazer”.
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