segunda-feira, 26 de julho de 2010

OPINIÃO - As medidas de contenção que não o são

Recentemente foi publicamente divulgada a necessidade de o Município de Azambuja ter de implementar medidas de “contenção financeira”, quiçá a crise finalmente bateu à sua porta, e seria a altura de as adoptar, mas como tudo na vida, o diabo está nos pormenores. Isto porque a proposta inicial para adopção de tal medida, e que viria a ser aprovada em sessão de câmara e enviada à assembleia municipal para que a mesma se
pronunciasse, afinal já não era aquela originaria, pelo que acabou por vir a ser substituída por outra contendo apenas a cativação das verbas acordadas com cada uma das respectivas freguesias e o aumento da taxa de resíduos sólidos em 10%. Percebeu-se que a coisa não foi pacífica, pelo menos para a força política autora da proposta, pelo que a fim de minorar os estragos houve que reduzi-la ao mínimo dominador comum. Atacouse, pois, os aspectos institucionais, mormente aquelas respeitantes às “publicações”. O saneamento, do que ainda compita ao Município, ficou de aguardar melhores dias, as parcerias público privadas, tão decantadas pela actual maioria, lá ficaram também para as calendas, ainda bem e todos estamos gratos, porque o negócio era ruim.
Pelo menos os automobilistas que usam os parques junto à estação, bem poderão esperar, nem com
as engenharias financeiras, irão ver os ditos cujos, bem, a cereja no topo do bolo, o multiusos, lá ficou pelo caminho, quiçá sempre foi para ficar, mas serviu de bom mote para a última campanha eleitoral. Restaram assim as medidas levadas à discussão dos deputados municipais, a primeira, os mesmos lembraram que para dançar o tango são necessários dois, por certo o dançarino autor da proposta não logrou convencer os respectivos pares da bondade da medida, é que não havia decorrido muito tempo em que todos dançaram
o respectivo e nenhuma dúvida houve na forma e na substância da dança. Sobrou por isso a taxa dos resíduos sólidos, mas essa é o do costume que a paga, 10% é pouco e não se dá por isso, no entanto, irá representar um significativo acréscimo de receita para o “depauperado” orçamento municipal, conjugado com o elevado preço da água e a diminuição dos custos que para a autarquia resultaram da troca do aterro, agora pela incineração, benditas toxinas. Todavia, na despesa fundamental não se toca, aquela que contém as “gorduras”, vão-se os anéis e fiquem os dedos, aos favores governamentais o orçamento municipal responde sim, mesmo que para ele reverta menos do que o devido, não interessa a ministra agradeceu.

António Nobre

Vereador

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro vereador é mesmo verdade. O povo é que paga as asneiras do executivo.
Dez por cento para algumas familias pode fazer a diferença. O mais grave é que os presidentes de junta do PS, são os primeiros a borrifar-se para a população. Desde que tenham dinheiro para porcos assados ou para tremoços, o que o povo paga é-lhes completamente indiferente. Isso das classes igualitárias e o fim do capitalismo já era.
João. P.