sexta-feira, 10 de outubro de 2008

AS CASAS DA CÂMARA


Um artigo no JN chamou-me a atenção para uma prática que parece ser comum na câmara de Lisboa. Aparentemente segundo o jornal, todos os presidentes da câmara desde o 25 de Abril deram ou arrendaram casas de forma irregular. Perante isto, não seria de perguntar se a lei não devia ser aplicada com retroactivos. Assim Santana Lopes não era o único a responder....iria acompanhado?



Os mandatos de João Soares (PS/PCP), entre 1995 e 2001, foram aqueles em que foram cedidas mais casas do património disperso da autarquia lisboeta no pós-25 de Abril, segundo a lista de atribuição de habitações.
De acordo com a lista do património disperso distribuída quarta-feira pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, aos vereadores, a que a agência Lusa teve acesso, existem 2.028 habitações, com três tipos de contratos: arrendamento habitacional (com contrato), habitação social (sem contrato) e cedência habitacional (sem contrato).
Nos mandatos de João Soares, entre 1995 e 2001, foram cedidas 281 casas, seguindo-se a presidência de Krus Abecassis (1979-1989), altura em que foram atribuídas 200 habitações.
Com Pedro Santana Lopes (PSD/CDS-PP) à frente da autarquia (Dezembro de 2001 a Julho de 2004 e, mais tarde, seis meses em 2005), foram cedidos 155 fogos, mais dois que no mandato de Jorge Sampaio (coligação PS/PCP, de 1989 a 1995).
No mandato de Carmona Rodrigues (PSD/CDS-PP), que esteve na Câmara de Lisboa oito meses entre 2004 e 2005 e entre Outubro de 2005 e Maio de 2007, foram atribuídas 112 casas.
No actual mandato, presidido pelo socialista António Costa, foram cedidos 69 fogos.
No mandato do primeiro presidente da autarquia eleito democraticamente após o 25 de Abril, Aquilino Ribeiro Machado, foram atribuídas 75 habitações, enquanto antes da revolução de 1975, foram cedidas 708 casas.
Os valores das rendas são muito díspares, existindo mesmo casas a custo zero: uma delas trata-se de arrendamento habitacional com prazo e com contrato cedida a 01 de Janeiro deste ano, na Freguesia de Santa Catarina.
Outro exemplo é o de uma casa de habitação social sem contrato, na Freguesia da Ajuda, com data de 01 de Maio de 2001.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isso não pode ser analisado assim,por atacado.
Tem que se fazer a destrinça entre as que foram atribuídas a famílias carenciadas e as que foram para os "amigos".
Não só habitações como ateliers.
Há muito gosma,vulgo artista,que nos toma por trouxas e vai de arrebanhar o seu em zonas chiques da cidade,pagando zero,com a conveniente conivência dos presidentes da edilidade lisboeta.
Resumindo,tudo bons rapazes,todos muito democratas,como convém.

Anónimo disse...

em azambuja não são atribuidas casas, mas há carros para os directores de departamento, chefes de divisão e até o motorista do presidente leva o carros todos os dias para lisboa.

em lisboa não é gasto dinheiro do erário público (é uma receita que não entras, mas em azambuja sai dinheiro para pagar gasolina/gasóleo e portagens.

isto é uma vergonha.